Qual desses será o que mais reflete a sua personalidade?
Assim como as roupas que escolhemos, os objetos de decoração que atraem nosso olhar geralmente refletem o nosso estilo, ou como percebemos o que é belo. Muitos fatores nos levam a esse gosto final: memórias de lugares que visitamos, influência familiar, filmes e obras de arte que vimos, enfim, toda nossa jornada visual.
Mas o que tudo isso tem a ver com estilos de decoração de interiores?
Se temos consciência do que realmente consideramos belo e agradável e identificamos esses elementos nas características de determinado estilo de arquitetura, conseguimos escolher peças que estarão em harmonia entre si na decoração da nossa casa.
Deste modo, não corremos o risco de ter um ambiente com peças que gostamos individualmente, mas que não dialogam no todo, nem do contrário, onde o design não tenha real significado para a nossa vivência.
Pequena memória pessoal:
Uma vez, uma arquiteta com quem eu trabalhava me disse que a palavra “decoração” vinha do italiano “de cuore”, que significa “de coração”. Ela me explicou que decorar um ambiente tinha a ver com dispor no espaço aquilo que tinha significado emocional para quem ali iria morar, dispor aquilo que “vinha do coração”.
Não encontrei essa definição em minhas pesquisas, mas ainda assim penso que é a maneira mais bonita de definir esse trabalho.
Voltando ao conteúdo…
Vamos aos cinco estilos de arquitetura de interiores que podem significar o que há de belo para você na hora de morar bem.
Clássico
Sinônimo de sofisticação e elegância, este estilo atravessa o tempo com suas características marcantes e conceito bem refinado.
Longe de significar algo datado e antigo, o clássico é atemporal. Tem mais a ver com a personalidade dos moradores do que com as tendências da moda.
Firme em seus valores, preza pelo requinte e pela alta qualidade.
Um pouco de história:
Esse estilo responde ao rigor dos ideais de perfeição da Antiguidade Clássica Greco-romana de XVII e do Classicismo de XVI e, por conta disso, perpassa reflexões mais extensas acerca do equilíbrio, beleza e perfeição do homem e suas obras. Também deriva do homem vitruviano (ou homem de Vitrúvio) de Leonardo da Vinci, cujos estudos das formas, feitos no séc. XV durante o Renascimento, somam na expressão do modelo clássico de beleza.
Assim, aos olhos do estilo clássico, o belo é aquilo que se alcança através de preceitos objetivos e matemáticos, como a proporção áurea, simetria e geometrias ortogonais, orientados pelos eixos principais de um desenho.
Vamos agora aos fundamentos desse estilo na arquitetura de interiores:
- Composições simétricas;
- Predomínio da organização ortogonal;
- Atmosfera elegante, equilibrada e sofisticada;
- Paleta de cores neutras, tons suaves e texturas discretas (nas suas versões mais puras);
- Peças de perfeito acabamento;
- Riqueza de detalhes e ornamentos;
- Alguns móveis e acessórios com aspecto antigo.
A decoração clássica tem um caráter bem exigente. Desde a organização do espaço, até os itens que a compõem, ela segue uma ótica bem seleta. Cada decisão calcula o espaço na íntegra, uma vez que deve resultar em uma harmonia que seja de fácil constatação por qualquer pessoa.
Outro ponto importante nesse estilo é a premissa do “cada detalhe importa”. Lembrando que esses detalhes são usados no sentido de aparência e finalização dos materiais, muito vinculados à exclusividade e à excelência.
Minimalista
Mais que um estilo de decoração, o minimalismo tem a ver com uma forma de pensar o mundo, onde conceitos como consumo e sustentabilidade são repensados seriamente.
Ser minimalista não é simplesmente optar por ambientes mais cleans, com poucos móveis, cores neutras e claras e acabamento polido. Tem a ver com buscar a real necessidade de cada coisa.
De modo geral, é fato que temos muito mais coisas do que precisamos. Mesmo sem ser acumuladores, acabamos por ter vários objetos sem nenhuma serventia, que compramos no impulso do consumo e nunca temos coragem de nos desfazer.
O estilo minimalista tem como prioridade a funcionalidade da coisa, ou seja, se aquele objeto realmente será usado o suficiente para ter seu lugar garantido. Nada está disposto somente por uma questão estética.
Isso não quer dizer que não haverá objetos de decoração nesse estilo, mas sim que cada objeto tem um significado. Por exemplo, um quadro só estará disposto em uma parede se evocar um sentimento, uma memória ou uma ideia importante para aquele morador, se for apenas para preencher o vazio daquele espaço, ele não será pendurado. Assim como um vaso só será colocado sobre um aparador, se o morador tem o hábito de enchê-lo de flores, o vaso pelo vaso não entrará em uma decoração minimalista.
Diante disso, quando falamos em minimalismo, falamos muito mais em uma personalidade prática do que em um estilo estético.
Falando em prático, esse é outro ponto importante dentro desse estilo. Tudo o que é escolhido leva em consideração a facilidade de uso e manutenção. Sendo o suprassumo aqui os multifuncionais, desde que eles não sejam na prática difíceis de serem utilizados ou não verdadeiramente funcionais.
Concluindo, é um estilo inteligente e cheio de ideias de vida. Tenho pra mim que não é para muitos, pois no nosso tempo somos acostumados ao consumo desenfreado, mas vale a reflexão sobre como nos posicionamos no mundo.
Industrial
Que eu não seja cancelado com a minha próxima afirmação, mas apesar de adorar o estilo industrial, vejo mais como algo que entra e sai de moda que efetivamente como algo que retrate um modo de viver.
Não é uma crítica, muito pelo contrário, penso que todos nós temos o direito de mudar nossa vida e nossa casa quantas vezes quisermos, e por quê não mudar de estilo de decoração? Temos total liberdade para isso.
Agora deixando as polêmicas de lado, nos últimos tempos, criar ambientes seguindo este estilo é sinônimo de modernidade e de uma personalidade descolada.
Tendo como base uma combinação de elementos brutos, crus, pesados e urbanos, este estilo se destaca exatamente pelo paradoxo de se mostrar algo tão impessoal, e de certa forma mecânico, mas capaz de criar uma atmosfera artística e sensível.
Esteticamente pode parecer até agressivo, com suas tubulações aparentes, suas paredes de tijolos crus e metais pretos e cinzas para todos os lados, mas para quem consegue ver poesia nas ruas das grandes cidades, todos esses elementos dialogam com algo além do exposto.
Uma analogia pessoal:
O cantor Crilo diz em sua música que “Não existe amor em SP”. Se a frase fosse escrita por um observador da arquitetura seria “Não existe amor no estilo industrial”. Mas assim como na música, a afirmação seria irônica, porque por mais que o poeta afirme tal falta de amor, sua argumentação mostra uma cidade completamente intensa em amor, mas da sua maneira. Assim é esse estilo, parece frio e sem sentimentos, mas é intenso ao seu modo.
Finalizando, mesmo datado, o estilo industrial nos faz ver, de certa maneira, como é importante ressignificar o tempo inteiro os espaços. Deixando sem preconceito que novos elementos nos tragam outras sensações.
Étnico
É muito difícil falar desse estilo sem ser raso. Porque reduzir todo um contexto histórico-cultural a uma pequena gama de elementos estéticos não soa justo com uma etnia.
Entretanto, o curioso é que geralmente os adeptos desse estilo na decoração são pessoas que vivenciam ou já vivenciaram essas culturas, em viagens, intercâmbios ou como descendentes dessas etnias, logo, a estética geralmente está ligada a laços muito mais profundos.
Sendo assim, uma arquitetura de interiores em estilo étnico tem muito mais a ver com experiências vividas pelos moradores em contato com outras culturas que com um código estético.
Dentro dessa linha de pensamento, é muito difícil definir o que caracteriza esse estilo, exatamente por ele estar ligado às características únicas de uma cultura. Logo, se eu tenho um ambiente inspirado na arquitetura tradicional japonesa, ele é étnico. Assim como é se for inspirado na arquitetura islâmica. Isso torna esse estilo imenso nas suas possibilidades.
Apesar de estar relacionado às experiências culturais vividas, o estilo étnico não está limitado às pessoas que tiveram essa oportunidade. Se alguém se afiniza com a estética de uma cultura, por que não usar seus elementos na sua decoração?
Eu posso não ter elo familiar nenhum com a cultura de um país, nunca o ter visitado e ainda assim ser apaixonado pela sua cultura. Nesse caso, é importante pesquisar bem os reais elementos daquela cultura e harmonizá-los dentro do projeto de interiores.
Dito isto, estejamos livres para usar elementos étnicos de cada país na decoração da nossa casa. O mais importante é respeitar as culturas e criar que prezam pela harmonia e pela qualidade de vida.
Vamos falar a verdade: quem não ama uma estante cheia de souvenires de viagens pelo mundo?
Eu amo. Inclusive, aceito presentes.
Contemporâneo
É engraçado pensar em um estilo de design contemporâneo, porque se é uma linguagem estética do nosso tempo, ela ainda está em construção. Mas, por mais irônico que pareça, é exatamente essa liberdade de construção a maior característica desse estilo.
Sendo assim, não existe um conjunto de regras a ser seguido. Porque só no futuro será definido o que fizemos no nosso tempo e com certeza o nome desse estilo não será contemporâneo, até porque não faria nenhum sentido.
É lógico que nos últimos tempos criamos dentro de padrões, entretanto, eles podem se transformar a todo momento e ainda assim ser contemporâneo.
Nesse viés de pensamento, penso que o mais importante é criar novas formas de arquitetura de interiores, é ressignificar os elementos, inserir novos padrões, onde o mais importante seja a criatividade e não a repetição.
Claro que tudo dentro de um olhar esteticamente harmônico. Não estamos falando que tudo vale. Contudo, não precisamos estar restritos a regras de estilo, exatamente por não existir essas regras.
É consenso que misturar estilos faz parte do nosso modo contemporâneo de decorar, mas precisamos ir além, criar o novo.
Muitas vezes entro em ambientes esteticamente harmoniosos, mas sem nenhuma personalidade. Dominados pela neutralidade, visam o conforto, entretanto, acabam caindo na frieza.
Voltando a história da minha amiga arquiteta do começo do texto, decoração tem que “vir do coração”, ou seja, tem que ter sentimento, pessoalidade e intensidade. A repetição mecânica de padrões esfria todo ambiente, mesmo repleto de móveis confortáveis.
Penso que se existisse uma regra para definir o nosso modo contemporâneo de decorar, seria priorizar a criatividade, a personalidade e a história real dos moradores de uma casa. Isso sim seria um bom legado para no futuro termos o nosso estilo definido.
E então, qual desses estilos tem mais a ver com sua personalidade?
Sabemos que encontrar uma casa que atenda todos os nossos anseios não é uma tarefa fácil, por isso, ter uma assessoria especializada nessa hora faz toda diferença.
Entender a necessidade e o estilo de vida da família que busca uma residência para construir sua história é o primeiro passo desse processo.
Muito mais que uma relação comercial, é um relacionamento de confiança e, de certa forma, de amizade. É uma grande decisão para quem está dando esse passo na vida, a compra de imóvel, e ajudar para a melhor decisão deve ser o maior objetivo do assessor.
Essa decisão envolve ter todos os elementos de análise colocados em questão, como:
- Os atributos da residência, tanto funcionais como estéticos;
- A vizinhança, ou seja, a área condominial;
- O entorno, ou seja, o que a localização proporciona;
- O investimento a ser realizado;
- Entre outros.
Somente depois de ter todos esses pontos revisados, devemos tomar a decisão e escolher a residência ideal.
Espero que você encontre na sua busca aquele lugar especial que vai proporcionar para sua família muitos momentos felizes. Tendo todas as suas necessidades atendidas e elevando o seu estilo de viver bem em sua casa.
No que precisar, conte conosco.