Um mergulho nos elementos hídricos arquitetônicos e como eles trazem qualidade de vida.
É quase automático imaginar uma bela casa e vir à mente uma piscina incrível. Assim como desejar relaxamento no final do dia e pensar em um maravilhoso banho de imersão. A água é um elemento terapêutico em todos os tempos e ter a possibilidade de usufruir dos seus benefícios de várias formas diferentes em casa eleva o estilo de viver bem.
Mas será que esses elementos hídricos arquitetônicos são um luxo desnecessário?
Realmente o custo envolvido na implementação e na manutenção desses projetos muitas vezes nos afasta da ideia. Principalmente quando pensamos no seu uso efetivo, ou seja, no tempo que diretamente estaremos aproveitando seu benefício.
Entretanto, os benefícios indiretos devem pesar na decisão, porque embora pareçam secundários, sutilmente eles nos proporcionam experiências diárias de bem-estar.
Pequena confissão pessoal:
Quando criança meu maior sonho era poder chegar da escola, tirar o uniforme e mergulhar em uma piscina. Não tive essa oportunidade durante a infância e já ouvi que realizar esse sonho é uma forma de compensar esse desejo de menino. De fato não importa o que dizem, poder proporcionar essa vivência para minha filha faz valer a pena.
Penso que não sou o único. Tenho certeza que muitos dos nossos leitores também adoram a ideia de viver sonhos junto com os filhos.
Voltando ao conteúdo…
Vamos aos conceitos e a aplicação prática dos elementos hídricos arquitetônicos com foco em elevar o estilo e a experiência diária de viver bem.
“Arquitetura das águas”, um novo conceito.
Entendo que o termo já é aplicado dentro da arquitetura e urbanismo, significando o ato de desenvolver projetos de urbanização em cidades afetadas pelo movimento natural das águas.
Porém, neste conteúdo propomos outra aplicação, a “arquitetura das águas” como forma de pensar a inserção de elementos hídricos nos projetos arquitetônicos, mantendo a harmonia e a coerência espacial e visual.
Isso tem a ver com levar em consideração no projeto formas, proporções, cores, materiais, utilização de elementos naturais do terreno e funcionalidade. Os elementos hídricos não são únicos em si mesmo, mas atores na arquitetura geral da casa.
É comum que áreas de piscinas sejam construídas depois da casa pronta. Neste caso, não sendo o arquiteto original do projeto, é preciso ter muito cuidado para que não se perca a harmonia arquitetônica.
Nos projetos atuais, cada vez mais as áreas internas e externas se integram, com isso, os elementos hídricos passam a compor a decoração, sendo um elemento visual para quem está dentro da casa, logo, os eixos devem ser pensados de maneira ampla, para que haja equilíbrio estético.
Para saber mais sobre integração de áreas internas e externas, leia “integração de espaços internos e externos”.
Ainda sobre o conceito, a “arquitetura das águas” não se limita aos ambientes externos, ela se estende às áreas internas, como em salas de banho ou sacadas com banheiras e ofurôs, por exemplo.
Além desses elementos clássicos, jardins internos com fontes e pequenas cascatas bem projetadas trazem sofisticação e muito estilo, sem falar ainda dos múltiplos benefícios que os fluxos de águas trazem para o nosso bem-estar.
Com toda certeza esse é um conceito que cada vez mais estará presente na arquitetura contemporânea, uma vez que nos últimos tempos percebemos o quanto é importante criar em nossa casa um templo de paz e relaxamento.
A água como elemento de paz e relaxamento em casa
Morar com vista para o mar, para um lago ou para um rio é desejo de muitas pessoas. A beleza desses lugares tem o poder de nos revigorar todos os dias. Infelizmente, esses espaços são restritos, mas não é por isso que não podemos aproveitar os benefícios das águas.
A ideia não é reproduzir esses elementos naturais em casa, mas sim criar espaços com o objetivo de trazer as sensações que eles nos trazem.
Serenidade
A brisa da tarde deslizando suavemente pela piscina criando pequenas ondas trazem a sensação de paz interior, momento ideal para ler um livro sentado confortavelmente em uma espreguiçadeira.
Introspecção
Na correria do dia-a-dia nosso pensamento se acelera e com todas as decisões que precisamos tomar o estresse é inevitável. Nesses momentos, poder parar e ouvir uma cascata ou uma fonte de água traz o real benefício da desaceleração psíquica e emocional, o que nos permite refletir sobre nossos próprios pensamentos e sobre como temos conduzido as coisas.
Espiritualidade
Independente da fé, é natural do ser humano se conectar com o Elevado, ou com o seu interior, e apesar dessas experiências serem possíveis em qualquer lugar, ter lugares de paz em casa facilita esses momentos.
Uma reflexão: Por que a água tem o poder de nos acalmar?
Passamos os primeiros nove meses da nossa existência cercados por “água” – ok, líquido amniótico, mas para efeitos poéticos, neste texto, considere “água” – e esse momento constrói no nosso íntimo uma associação materna com esse elemento, como se estar perto dele nos remetesse à proteção e acolhimento.
Deixando um pouco a filosofia e a poesia de lado, voltamos à parte prática de ter esses elementos hídricos inseridos na arquitetura da casa e como ele pode elevar infinitamente a qualidade de vida.
Vamos nos aprofundar um pouco mais neles.
Piscinas cobertas e ao ar livre
Alguns aspectos devem ser considerados na hora de escolher a piscina ideal para sua casa. Um deles é se será coberta ou não. Vamos às duas vantagens de ter cobertura:
Proteção para a piscina
A cobertura garante um maior tempo de limpeza, pois impede a entrada de resíduos maiores, como folhas, e menores, como poeira e micro-organismos. Isso diminui custos de manutenção e preserva os equipamentos, como filtros e bombas.
Temperatura preservada
Evita a mudança brusca de temperatura corporal ao sair da água, protegendo-nos daquela sensação desconfortável de frio ao sair da água morna. Assim como em dias quentes, impede o superaquecimento da água, mantendo-a em um ponto agradável.
Para piscinas com sistema de aquecimento, a cobertura preserva o calor, aumentando a eficiência e diminuindo os gastos com o aquecedor.
Por outro lado, as piscinas ao ar livre trazem toda a intensidade natural e como experiência de vida, principalmente para crianças, faz muita diferença. Poder aproveitar o sol, e mesmo a chuva, em sua intensidade, cria memórias incríveis para o resto da vida.
Aspectos arquitetônicos a serem considerados nas piscinas:
Cores
Definitivamente as piscinas não precisam mais ser somente azul. As piscinas contemporâneas passeiam por nuances acinzentadas, verde claro, turquesa, entre inúmeras outras opções, dependendo do efeito arquitetônico desejado.
Forma e estilo
Como dito algumas vezes nesse texto, o importante neste caso é levar em consideração a integridade do projeto arquitetônico, por exemplo, se o estilo da casa é clássico, a piscina assim deve ser.
Materiais
Existem oito principais tipos de piscina, com vantagens e desvantagens em cada material, a escolha é feita de acordo com o projeto, vamos a eles:
- Alvenaria ou concreto armado;
- Placa pré-moldada;
- Plástico ou lona;
- Areia;
- Container;
- Fibra de vidro;
- Vidro;
- Vinil.
A piscina ideal é uma combinação de vários aspectos técnicos e arquitetônicos, mas o ponto principal é o desejo e a realização dos usuários. Não adianta ter a piscina mais conceitual do mundo, se ela não for perfeita para a família.
Banheiras e ofurôs
Quem não ama a ideia de chegar cansado em casa e poder relaxar em uma maravilhosa jacuzzi?
Mas antes de começar a falar sobre banheiras de hidromassagem é importante saber que nem todas são jacuzzi, ou melhor, somente algumas, mas vamos contar a história.
Curiosidade:
Jacuzzi é o nome da marca fabricante de banheiras de hidromassagem, lançada nos EUA em 1970 pelos irmãos italianos Jacuzzi (daí o nome). A marca revolucionou o conceito de hidroterapia, lançando a primeira banheira SPA do mundo.
Existem muitos outros fabricantes de hidromassagem, mas Jacuzzi é um daqueles típicos casos onde a marca se confunde com o produto.
Mais um pouco de história:
Em 1956, Candido Jacuzzi, com o objetivo de tornar os dias do seu filho Ken mais confortáveis, uma vez que ele sofria de artrite reumatoide, contraída ainda na infância, dedicou-se a desenvolver uma forma de adaptar em uma banheira de imersão a tecnologia usada em suas bombas hidráulicas para sistemas de irrigação, assim nasceu o primeiro sistema J-300, que iria mudar a vida de milhões de pessoas no mundo.
Sendo uma jacuzzi ou uma banheira hidromassagem de outro fabricante, fato é que o sistema que mistura ar e água em jatos direcionados dentro de um reservatório de água elevou o nível de relaxamento que podemos ter em casa.
Ofurôs
Tradicionais no Japão, é uma banheira caracterizada pelo seu formato bem mais profundo e curto que uma banheira ocidental.
Originalmente feitas de madeira, sendo no Brasil a mais usada o cedro-rosa, hoje podemos encontrar versões de outros materiais, como o acrílico, a fibra de vidro e outros plásticos apropriados.
Um ponto importante sobre os ofurôs é a temperatura da água, que deve estar em aproximadamente 40 graus célsius.
Inicialmente restritas aos banheiros, hoje você pode encontrar projetos onde elas figuram em sacadas, anexadas à piscina ou ainda integradas ao quarto. Seja onde for, poder desfrutar de um banho de imersão eleva o padrão de vida, com certeza.
Espelhos d'água, fontes e cascatas
Recursos arquitetônicos usados em jardins, podem facilmente ser incorporados ao interior da decoração. Além do efeito estético, o movimento da água proporciona relaxamento, tranquilidade e sensação de frescor, principalmente em cidades quentes e secas.
Espelhos d’água
Costumam ter entre 20 cm e 50 cm de profundidade (se a intenção for criar peixes recomenda-se 60 cm). Podem ser feitos de alvenaria, concreto, cimento ou lonas plásticas ou de borrachas. Podem se estender do interior ao exterior e integrar ambientes, variando em formas orgânicas e inorgânicas.
Embora a água possa ser parada, as cascatas, bicas, fontes, quedas d’água ou jarros d’água dão movimento ao espelho, assim como peixes e plantas.
Uma dica incrível para espelhos d’água em ambientes internos é embaixo de escadas.
Fontes
As fontes artificiais se misturam com a história da arquitetura. Presentes em praças e pontos turísticos de todo mundo, tem geralmente caráter artístico e monumental.
Dentro de casa, além de decorativas, elas também funcionam como filtros energéticos, segundo o Feng Shui (ciência e arte chinesas, de origem filosófica taoista, que tem por objetivo organizar os espaços com o fim de atrair influências benéficas da natureza).
Cascatas
Quando presente em um projeto, uma cascata se transforma em um ponto focal. Não há como ignorar esse elemento. Seu som suave, o movimento, a transparência das águas valorizam qualquer ambiente.
Dentro ou fora de casa, caindo em uma piscina, espelho d’água ou mesmo em um elemento decorativo pequeno, as cascatas sempre trazem sensação de relaxamento e bem-estar.
Para finalizar esse tópico, todos esses elementos podem ser valorizados com uma iluminação bem projetada. Quando embutidas nos próprios elementos, elas realçam o movimento da água e a sua translucidez, oferecendo ao ambiente um espetáculo de luzes incididas e refratadas. Já ao ser projetada sobre o elemento, criam um cenário onde ele passa a atuar como objeto focal.
Agora que você se apaixonou pela arquitetura das águas, só falta encontrar a casa onde ela faz parte.
Sabemos que encontrar uma casa que atenda todos os nossos anseios não é uma tarefa fácil, por isso, ter uma assessoria especializada nessa hora faz toda diferença.
Entender a necessidade e o estilo de vida da família que busca uma residência para construir sua história é o primeiro passo desse processo.
Muito mais que uma relação comercial, é um relacionamento de confiança e, de certa forma, de amizade. É uma grande decisão para quem está dando esse passo na vida, a compra de imóvel, e ajudar para a melhor decisão deve ser o maior objetivo do assessor.
Essa decisão envolve ter todos os elementos de análise colocados em questão, como:
- Os atributos da residência, tanto funcionais como estéticos;
- A vizinhança, ou seja, a área condominial;
- O entorno, ou seja, o que a localização proporciona;
- O investimento a ser realizado;
- Entre outros.
Somente depois de ter todos esses pontos revisados, devemos tomar a decisão e escolher a residência ideal.
Espero que você encontre na sua busca aquele lugar especial que vai proporcionar para sua família muitos momentos felizes. Tendo todas as suas necessidades atendidas e elevando o seu estilo de viver bem em sua casa.
No que precisar, conte conosco.